terça-feira, 29 de julho de 2014

A Seleção - Kiera Cass





Não queria ser da realeza.
Não queria ser Um.
Não queria nem tentar.

   Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria apenas ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto. Um dia, America topa se inscrever na Seleção só para agradar a mãe, certa de que não será sorteada para participar da competição em que o príncipe escolherá sua futura esposa. Mas é claro que seu nome aparece na lista das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma.
   Para trinta e cinco garotas, a Seleção é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um pais jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis á vinte anos de todas as partes para decidir quem casará com o príncipe é a oportunidade de escapar da realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para o mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser rainha.
   Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de rebeldes.
Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso. Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma - e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.



RESENHA

   A seleção é uma distopia que nos mostra O Estado Americano da China, que era o Estados Unidos, mas a China entrou na jogada e também tá no poder. É uma era pós apocalíptica, o Estado Americano da China é dividido por castas, no total de oito, a 1° é ocupada pela realeza, 2° e 3° por pessoas com mais recursos financeiros, a 4° e 5° por pessoas que trabalham em fábricas e artistas, respectivamente e a 6° em diante por uma prole muito pobre. America pertence a 5°, ela toca e canta. Toda sua família está no mesmo caminho, com exceção de um irmão mais velho, pois conseguiu comprar o título e pertence a outra casta mais superior. Em Illéa, America tem uma vida onde a comida é muito regrada na mesa, todo mundo tem um limite de comida, água e suco. Sua família é bem grande, denotando assim a renda familiar muito apertada.

   Temos aqui um país onde a sociedade é rigidamente dividida em castas, a tecnologia parece mais atrasada do que era na década de 70/80, os livros de histórias estão banidos, e a pobreza e miséria são generalizada. As castas são divididas em números, do Um ao Oito, sendo Um a realeza, e apenas Dois e Três tem dinheiro e condições dignas de vida. Essa estrutura é rígida e inclusive a ocupação profissional de seus membros é por ela definida. A mobilidade social é praticamente impossível, e só pode ser feita através de dinheiro (muito dinheiro), e no caso das mulheres, também pelo casamento, já que a esposa passa a ser da casta do marido, mas para jovens de castas distintas se casarem, é preciso pagar caro pelos tramites burocráticos.

  Uma das tradições desse novo país é que o príncipe herdeiro se case com uma plebeia. E para isso é organizado A Seleção, que consiste na escolha "aleatória" de 35 jovens, a partir de uma inscrição. Essas jovens passam a viver no palácio real, e toda a competição é acompanhada pela população pela cobertura da mídia, num reality show bem legal.


  A mocinha do livro, America, é uma Cinco, a classe dos artistas, que estava profundamente apaixonada por seu namorado secreto, Aspen, que era um Seis. Quando são abertas inscrições para A Seleção, é Aspen que a convence a se inscrever. Mas logo após isso, ele termina com America ao perceber que nunca poderia dar uma boa vida para ela, já que ele mal conseguia sustentar a família, da qual era o irmão mais velho e mantenedor.

  E contrariando todas as suas expectativas, America é a escolhida de seu distrito, e aí vê sua vida mudar do dia para noite e literalmente virar de cabeça para baixo! Ela aceita participar da competição, mas não por cobiçar a coroa de princesa (e futura rainha, óbvio), e sim para ajudar a família, já que as famílias das Selecionadas receberiam uma ajuda financeira. Mas ela vai cheia de preconceitos, principalmente em relação ao príncipe Maxon.

  Durante sua estadia no palácio como Selecionada, America começa a verdadeiramente conhecer Maxon, que fica encantado por ela. Ela faz uma grande amizade (verdadeira) com Marlee, uma das competidoras, mas também tem problemas com Celeste, a bruxa da Seleção, que é uma linda modelo, casta Dois, que se acha melhor do que todos. E como todo YA que se preze é preciso ter um triângulo, então é lógico que a autora tinha que dar um jeito de fazer Aspen cair de paraquedas no palácio, no caso como um dos novos soldados da guarda.

  Eu gostei da America, ela que é forte e corajosa, e faz de tudo por sua família e aqueles a quem ama. E fiquei encantada com Maxon, que parece ser realmente uma boa pessoa, e um bom futuro rei, que se preocupa com seu povo. Considerando apenas isso, eu torceria por ele. Mas o fato é que não tivemos a oportunidade de conhecer Aspen tão bem, apenas sabemos dos sentimentos de America por ele, mas não quem ele realmente é (embora para mim ele seja um cara decente e trabalhador, apesar de ter parecido meio cretino um algumas rápidas passagens). Tive a impressão de que a própria autora prefere Maxon, e tentou nos vender o casal de forma a não ter oposição, ou seja, a não ter um Team Aspen!

  Há alguns ataques dos rebeldes ao palácio, e ficamos sabendo que há dois grupos: os nortistas, mas light, e que parecem apenas procurar algo, e os sulistas, que são letais e atacam para destruir e matar. Mas essas cenas são bem pouquinhas mesmo, e confesso que fiquei triste, porque o potencial da trama envolvendo os rebeldes era muito bom, mas o livro focou no romance.




QUOTES

Nunca pensei em questionar a ausência de verdades até dar de frente com ela. Por que o rei queria que tivéssemos apenas uma vaga noção dos fatos?
pág. 231

Seus olhos procuravam os meus. Se Aspen procurava dúvida, estava perdendo tempo. Ele era a única certeza na minha vida”
pág. 61

Fui tomada pelas emoções.. Sentia saudades, da minha família, e estava cansada de me esconder dos rebeldes. Estava cada vez mais confusa quanto a meus sentimentos por Aspen e Maxon, e não sabia como lidar com aquilo. O jeito mais fácil seria sair. Mas não.”
pág. 339-40




Espero que tenham gostado, beijinhos ;* 


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