Não queria ser da realeza.
Não queria ser Um.
Não queria nem tentar.
Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria apenas ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto. Um dia, America topa se inscrever na Seleção só para agradar a mãe, certa de que não será sorteada para participar da competição em que o príncipe escolherá sua futura esposa. Mas é claro que seu nome aparece na lista das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma.
Para trinta e cinco garotas, a Seleção é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um pais jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis á vinte anos de todas as partes para decidir quem casará com o príncipe é a oportunidade de escapar da realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para o mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser rainha.
Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de rebeldes.
Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso. Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma - e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.
RESENHA
A seleção é uma distopia que nos mostra O Estado Americano da China, que era o Estados Unidos, mas a China entrou na jogada e também tá no poder. É uma era pós apocalíptica, o Estado Americano da China é dividido por castas, no total de oito, a 1° é ocupada pela realeza, 2° e 3° por pessoas com mais recursos financeiros, a 4° e 5° por pessoas que trabalham em fábricas e artistas, respectivamente e a 6° em diante por uma prole muito pobre. America pertence a 5°, ela toca e canta. Toda sua família está no mesmo caminho, com exceção de um irmão mais velho, pois conseguiu comprar o título e pertence a outra casta mais superior. Em Illéa, America tem uma vida onde a comida é muito regrada na mesa, todo mundo tem um limite de comida, água e suco. Sua família é bem grande, denotando assim a renda familiar muito apertada.
Temos aqui um país onde a sociedade é rigidamente dividida em castas, a tecnologia parece mais atrasada do que era na década de 70/80, os livros de histórias estão banidos, e a pobreza e miséria são generalizada. As castas são divididas em números, do Um ao Oito, sendo Um a realeza, e apenas Dois e Três tem dinheiro e condições dignas de vida. Essa estrutura é rígida e inclusive a ocupação profissional de seus membros é por ela definida. A mobilidade social é praticamente impossível, e só pode ser feita através de dinheiro (muito dinheiro), e no caso das mulheres, também pelo casamento, já que a esposa passa a ser da casta do marido, mas para jovens de castas distintas se casarem, é preciso pagar caro pelos tramites burocráticos.
Uma das tradições desse novo país é que o príncipe herdeiro se case com uma plebeia. E para isso é organizado A Seleção, que consiste na escolha "aleatória" de 35 jovens, a partir de uma inscrição. Essas jovens passam a viver no palácio real, e toda a competição é acompanhada pela população pela cobertura da mídia, num reality show bem legal.
A mocinha do livro, America, é uma Cinco, a classe dos artistas, que estava profundamente apaixonada por seu namorado secreto, Aspen, que era um Seis. Quando são abertas inscrições para A Seleção, é Aspen que a convence a se inscrever. Mas logo após isso, ele termina com America ao perceber que nunca poderia dar uma boa vida para ela, já que ele mal conseguia sustentar a família, da qual era o irmão mais velho e mantenedor.
E contrariando todas as suas expectativas, America é a escolhida de seu distrito, e aí vê sua vida mudar do dia para noite e literalmente virar de cabeça para baixo! Ela aceita participar da competição, mas não por cobiçar a coroa de princesa (e futura rainha, óbvio), e sim para ajudar a família, já que as famílias das Selecionadas receberiam uma ajuda financeira. Mas ela vai cheia de preconceitos, principalmente em relação ao príncipe Maxon.
Durante sua estadia no palácio como Selecionada, America começa a verdadeiramente conhecer Maxon, que fica encantado por ela. Ela faz uma grande amizade (verdadeira) com Marlee, uma das competidoras, mas também tem problemas com Celeste, a bruxa da Seleção, que é uma linda modelo, casta Dois, que se acha melhor do que todos. E como todo YA que se preze é preciso ter um triângulo, então é lógico que a autora tinha que dar um jeito de fazer Aspen cair de paraquedas no palácio, no caso como um dos novos soldados da guarda.
Eu gostei da America, ela que é forte e corajosa, e faz de tudo por sua família e aqueles a quem ama. E fiquei encantada com Maxon, que parece ser realmente uma boa pessoa, e um bom futuro rei, que se preocupa com seu povo. Considerando apenas isso, eu torceria por ele. Mas o fato é que não tivemos a oportunidade de conhecer Aspen tão bem, apenas sabemos dos sentimentos de America por ele, mas não quem ele realmente é (embora para mim ele seja um cara decente e trabalhador, apesar de ter parecido meio cretino um algumas rápidas passagens). Tive a impressão de que a própria autora prefere Maxon, e tentou nos vender o casal de forma a não ter oposição, ou seja, a não ter um Team Aspen!
Há alguns ataques dos rebeldes ao palácio, e ficamos sabendo que há dois grupos: os nortistas, mas light, e que parecem apenas procurar algo, e os sulistas, que são letais e atacam para destruir e matar. Mas essas cenas são bem pouquinhas mesmo, e confesso que fiquei triste, porque o potencial da trama envolvendo os rebeldes era muito bom, mas o livro focou no romance.
QUOTES
“Nunca pensei em questionar a ausência de verdades até dar de frente com ela. Por que o rei queria que tivéssemos apenas uma vaga noção dos fatos?”
pág. 231
“Seus olhos procuravam os meus. Se Aspen procurava dúvida, estava perdendo tempo. Ele era a única certeza na minha vida”
pág. 61
“Fui tomada pelas emoções.. Sentia saudades, da minha família, e estava cansada de me esconder dos rebeldes. Estava cada vez mais confusa quanto a meus sentimentos por Aspen e Maxon, e não sabia como lidar com aquilo. O jeito mais fácil seria sair. Mas não.”
pág. 339-40
Espero que tenham gostado, beijinhos ;*